Jorge Ferreira da Silva: Palhinha, craque do futebol brasileiro

 

     Coluna: Carangola, pela Pátria espalha gente de talento e projeção




O ex-jogador de futebol profissional Jorge Ferreira da Silva, mais conhecido como Palhinha, nasceu em Carangola no dia 14 de dezembro de 1967. Atuou como meio-campista de clubes importantes como o América-MG, São Paulo, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio e também pela Seleção Brasileira. Atualmente é empresário e presidente do União Almeirim, de Portugal.

Aos dez anos, após transferir-se para Belo Horizonte, deu seus primeiros passos no futebol pelo Venda Nova, pequeno time da capital. Dois anos depois, jogou pelo Santa Teresa, onde ficou até os dezoito anos. Em seguida, foi contratado pelo América-MG para quatro temporadas, tendo vencido o Troféu Guará e apontado pela imprensa mineira como uma das grandes promessas do futebol brasileiro.

No início de 1992, foi negociado junto ao São Paulo Futebol Clube, iniciando ali sua carreira vitoriosa e contribuindo para levar o Tricolor Paulista, dirigido pelo técnico Telê Santana, às mais gloriosas conquistas. Pelo São Paulo, Palhinha foi bicampeão da Libertadores da América e do Mundial Interclubes, no Japão, nos anos de 1992 e 1993.

Palhinha foi o artilheiro da Copa Libertadores de 1992 e um dos principais nomes do elenco Tricolor, ao lado de Zetti, Cafu, Antônio Carlos, Ronaldão, Pintado, Raí, Muller e Elivélton. Mas Palhinha quase não foi relacionado para aquela competição: parte da diretoria do clube acreditava que o atleta franzino não conseguiria render contra zagueiros mais fortes e acostumados a disputar esse torneio considerado violento. Porém, a decisão final ficou a cargo do mestre Telê Santana, que confiou em seu trabalho e valorizou seu talento. Considerado um jogador moderno, Palhinha não guardava posição, tinha boa movimentação e era muito eficiente na armação de jogadas.

Iniciado o torneio, pela fase de grupos, Palhinha marcou cinco gols: três na vitória por 3 a 0 sobre o San José, na Bolívia, um na goleada sobre o Criciúma por 4 a 0, no Morumbi, e mais um no empate em 1 a 1 novamente com o San José, mas desta vez diante da torcida tricolor. Já no mata-mata,ele foi às redes nas quartas de final, no jogo de volta contra o Criciúma, fora de casa, que terminou empatado em 1 a 1, e na partida de ida da semifinal contra o Barcelona de Guayaquil, em que o São Paulo venceu por 3 a 2, no Morumbi.

Na decisão do Mundial de 1992, o São Paulo venceu o Barcelona (2 a 1) e, no Mundial de 1993, derrotou o Milan (3 a 2), sendo que Palhinha participou dos dois jogos. Ele marcou o primeiro gol da equipe brasileira na vitória sobre os italianos. Ainda com a camisa do São Paulo, conquistou o Paulistão de 1992, o bicampeonato da Recopa Sul-Americana (1993 e 1994), e a Supercopa da Libertadores de 1993, consagrando-se como um dos maiores ídolos da história do clube.

Em 1996, Palhinha foi contratado pelo Cruzeiro. Pela Raposa, jogou com a camisa 10, ao lado de Dida, Vítor, Wilson Gottardo, Donizete, Marcelo Ramos e Elivélton, dentre outros, conquistando a Copa do Brasil daquele ano e, em 1997, novamente a Taça Libertadores da América.

Ainda em 1997, transferiu-se para o Mallorca, da Espanha, tendo sido a contratação mais cara do time espanhol até então, que pagou à época cerca de 5 milhões de reais pelo jogador. Todavia, ficaria pouco tempo na Europa, retornando para o Flamengo em 1998, numa equipe que, apesar de repleta de estrelas, não vingou. Em 1999, consagrou-se campeão gaúcho pelo Grêmio. Em 2000, Palhinha retornou ao América-MG, onde foi campeão da Copa Sul-Minas. Ele figura como o sétimo maior artilheiro da história do "Coelho".

Depois, em 2001, Palhinha foi campeão nacional peruano com a camisa do Alianza Lima. Também teve passagens pelo futebol dos Emirados Árabes Unidos, antes de encerrar sua carreira como jogador, em 2006.

Palhinha também serviu à Seleção Brasileira. Sua estreia foi em agosto de 1992, em um amistoso contra o México, em Los Angeles. Seu primeiro gol com a camisa do Brasil foi contra o Chile, na Copa América de 1993, disputada no Equador. Ao todo, disputou dezesseis jogos com a camisa verde e amarela, sobretudo nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1994, tendo marcado cinco gols. Foi bastante cotado para defender o Brasil no Mundial dos Estados Unidos que, ao final, conquistaria o tetracampeonato mundial. Entretanto, o técnico Carlos Alberto Parreira não o convocou.

Como treinador, iniciou sua carreira em 2007, comandando as categorias de base do São Bernardo, no interior de São Paulo. Em 2008, comandou o Araxá, de Minas Gerais, e em 2009, a equipe da URT, ambas pelo Campeonato Mineiro.

Em 2012, quando estava morando em Los Angeles (EUA), Palhinha foi convidado para ajudar na criação de uma liga de futebol amador na costa leste do país. O objetivo desta liga era promover times não profissionais para a Major League Soccer, a primeira divisão dos Estados Unidos. Como empresário, ainda nos Estados Unidos, passou a atuar como presidente e técnico do Boston City FC. Em 2019, mudou-se para Portugal, onde comprou um clube, o União de Almeirim, que disputa a terceira divisão do futebol local. Atualmente, ele está morando em Marília/SP. 

Por sua trajetória e por tudo que representou para o futebol brasileiro, sendo ídolo de grandes torcidas do País, Palhinha escreveu seu nome na história. Recebe, por isso, essa homenagem de seus conterrâneos carangolenses. 







                                                                                                    Helder Ladeira