Educação e Segurança Pública exigem reajuste para recomposição salarial, cumprimento do piso salarial
profissional nacional, melhores condições de trabalho e a retirada da proposta
do Regime de Recuperação Fiscal
SEGURANÇA:
Policiais militares, civis e agentes prisionais reuniram uma multidão nas ruas de Belo Horizonte na última quarta-feira (09) em ato contra o governo de Romeu Zema (Novo) por recomposição salarial para as forças de segurança de Minas Gerais. Organizadores afirmam que 50 mil pessoas participam do protesto.
Além de policiais da capital, segundo entidades,
cerca de 100 caravanas com integrantes das forças policiais do interior de
Minas participaram do ato. O pleito é por 24% de reajuste. No dia 24/02, Romeu
Zema concedeu 10% a todos os servidores, o que foi recusado pelas forças de
segurança. O chefe do Executivo havia
feito um acordo com a categoria para fazer a recomposição das perdas
inflacionárias em três parcelas, mas não cumpriu.
ENTENDA A REIVINDICAÇÃO: Em fevereiro de 2020, o Governo Zema reconheceu a perda inflacionária dos profissionais da segurança pública de Minas e enviou um projeto de reajuste salarial à Assembleia Legislativa. Os deputados aprovaram em segundo turno o reajuste salarial para diversas categorias, inclusive a segurança pública. Os reajustes seriam realizados de forma escalonada: 13% em julho de 2020; 12% em setembro de 2021; e 12% em setembro de 2022.
Em março do mesmo ano, Zema sancionou parcialmente o projeto de lei, dando apenas a primeira parcela do reajuste de 13%, vetando as outras duas parcelas de 12% cada, que já havia prometido. Agora os servidores da segurança pública reivindicam o cumprimento da “palavra” do Governador Romeu Zema, concedendo as parcelas que faltaram de 12% + 12%. O Governo de Zema anunciou reajuste de apenas 10% e aumento das parcelas do auxílio fardamento/vestimenta de uma para três parcelas anuais, o que não foi aceito pela categoria.
EDUCAÇÃO:
Na terça-feira (08), o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) realizou reunião do Conselho Geral e Assembleia Estadual presencial, em Belo Horizonte. Além de estabelecer uma agenda de luta para as próximas semanas, foi aprovada a deflagração de greve por tempo indeterminado na Rede Estadual com início no dia 09/03.
O
principal motivo para a greve é o não cumprimento da lei, por parte do
Governador Romeu Zema, em não pagar o Piso Nacional que estabelece o valor
mínimo que professores e demais profissionais da educação básica devem receber.
O piso é garantido por lei.
Outros
motivos apontados foram: Projeto Somar (privatização de escolas públicas);
Projeto Mãos Dadas (municipalização de escolas estaduais); Implantação do Novo
Ensino Médio sem preparo dos profissionais; Não aplicação dos 33,24% a todas as
carreiras da Educação, concedido pelo MEC; Adesão ao Regime de Recuperação
Fiscal no Estado (congelamento dos gastos públicos, extinção de concursos e
venda de empresas públicas), dentre outros.
CARANGOLA E REGIÃO:
Tão logo foi decidido em Assembleia pela aprovação da greve, professores das escolas estaduais de Carangola e região manifestaram sua adesão ao movimento. Nas redes sociais as escolas estão informando à comunidade a paralisação. Foi o caso da E.E. Emília Esteves Marques (Carangola), E.E. João Belo de Oliveira (Carangola), E.E. Ilka Campos Vargas (Tombos), E.E. Maria da Conceição Gonçalves Carrara (Pedra Dourada) e E.E. São Mateus (Faria Lemos).
Também os
professores de ensino superior estão acompanhando as discussões do Sind-UTE. Os
docentes da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) estiveram paralisados
no dia 09, sob argumento que o Governo Zema não dialoga com o magistério e não
valoriza a educação.
Professores
da Unidade da UEMG de Carangola se reuniram na Praça Coronel Maximiano para um
ato de protesto. Foram exibidos cartazes e distribuídos panfletos com 10 pontos
justificando a paralisação:
1 - Porque o governo
Zema quer congelar por 10 anos os investimentos na educação pública;
2 - Porque o salário
dos professores está sem reajuste e é menor que o piso exigido por lei;
3 - Porque as
unidades da UEMG estão sucateadas e precisando de reforma;
4 - Porque há mais
professores temporários em contratos precários que professores efetivos;
5 - Porque o governo
Zema quer acabar com a gratuidade da UEMG em seu projeto de privatização;
6 - Porque a UEMG não
tem autonomia financeira e fica refém da política do governo;
7 - Porque a carga
horária de trabalho dos professores ultrapassa as 40h previstas em lei;
8 - Porque queremos
ver nossa região crescer econômica e culturalmente, e a UEMG é fundamental para
isso;
9 - Porque a UEMG
necessita de novas nomeações e novos concursos públicos;
10 - Porque
precisamos defender a UEMG, que é gratuita e qualidade.