Paróquia encerra jubileu e celebra dia da padroeira Santa Luzia

 

Festividades duraram 10 dias e se encerraram com missas, bênçãos e procissão




A Paróquia de Santa Luzia encerrou ontem o jubileu de Santa Luzia, celebrando com muita festa o dia da padroeira, protetora dos olhos. A festividade atraiu a população de cidades vizinhas a Carangola e também devotos de diferentes municípios brasileiros, que vieram fazer suas preces à Santa Luzia. 

 Durante o jubileu, do dia 4 a 13 de dezembro, o Santuário realizou novenas, missas, adorações e também teve barraquinhas vendendo comida, além de bingo e sorteio de prêmios. No dia de Santa Luzia, a paróquia teve missa em quatro horários, presididas pelos párocos e vigários de Carangola. A benção dos olhos foi realizada coletivamente, por conta da pandemia.

 Na parte da manhã, ao meio dia, houve a tradicional benção para os cavaleiros e amazonas. Também foi abençoada a população que veio a pé de cidades vizinhas para prestigiar a festividade. Na parte da noite, houve a procissão com fiéis, passando por ruas de Carangola com a imagem de Santa Luzia.

 A história da Santa 

Santa Luzia nasceu no ano de 280, na cidade litorânea de Siracusa, Itália. Seus pais eram nobres e cristãos. O pai, Lucio, faleceu quando Luzia era muito pequena. Sua mãe, Eutíquia, a educou. E, como cristã, sua mãe lhe passou a fé, o conhecimento de Jesus Cristo, ao amor ao próximo e a Deus.

 A mãe de Luzia era muito doente e sofria de uma forte hemorragia. Eutíquia procurou vários médicos. Nenhum, porém, conseguiu curá-la. Luzia, então, teve a ideia de levar sua mãe a Catania, cidade onde está o túmulo de Santa Agata. O dia da festa da Santa estava próximo e Luzia sentia que se sua mãe colocasse a mão no túmulo de Santa Agata, ficaria curada.

 Muito fraca e doente, mas vendo a convicção da filha, a mãe aceitou. As duas, então, partiram para a cidade da Santa. No dia da festa, 5 de fevereiro de 301, após ler o evangelho, mais precisamente o milagre da mulher que tinha hemorragia há 12 anos e fora curada por Jesus quando tocou em seu manto Luzia, emocionada, propôs a sua mãe tocar no túmulo de Santa Ágata e ela concordou.

 Quando sua mãe foi para o túmulo, Santa Ágata apareceu para Luzia e lhe disse: “Luzia minha irmã, porque pedes a mim o que você mesma pode conseguir para sua mãe? Tua mãe já foi curada pela tua fé. E assim como a cidade de Catania foi beatificada por mim, assim também por seu meio, será salva a cidade de Siracusa”. Então, Luzia disse à mãe: “Pela intercessão de S. Ágata, Jesus te curou.” Nesse momento, sua mãe sentiu que as forças lhe voltavam ao corpo e ficou curada.

 A jovem Luzia, tocada pela graça de Deus disse que queria consagrar sua vida a Deus e fazer voto de castidade e fidelidade a Jesus. Além disso, ela iria entregar seu dote de casamento (uma pequena fortuna) e seus bens para os pobres. Sua mãe concordou.

 Aconteceu, porém, que Luzia tinha um pretendente para casamento. E este não se conformou com a decisão de sua amada e a denunciou ao Governador Pascásio, acusando-a de ser cristã. O imperador Diocleciano tinha emitido um decreto autorizando punição exemplar para os cristãos. 

 Santa Luzia foi julgada e condenada, e como dava total importância à virgindade e ao amor a Jesus Cristo, o governador mandou que a levassem a um prostíbulo, Santa Luzia rezou: “quem vive casta e santamente, é templo do Espírito Santo, sem a minha vontade, a virtude nada sofrerá”. Assim, nem dez homens juntos não conseguiram levantar Santa Luzia do chão.

O governador, furioso, mandou matá-la ali mesmo. Os carrascos jogaram sobre ela resina e azeite fervendo, mas nada aconteceu à jovem. Os carrascos continuaram com o seu martírio e lhe arrancaram os olhos. Daí vem a devoção a Santa Luzia como protetora dos olhos.

 Antes de sua morte, Santa Luzia, ajoelhada em oração, disse: “Senhor, eis que suplico paz para a Igreja de Cristo. Diocleciano e Maximiniano decairão do império, e como a cidade de Catania venera a Santa Águeda, também serei venerada por graça do Senhor Jesus Cristo, observando de coração os preceitos do Senhor.”  

Santa Luzia morreu no dia 13 de dezembro do ano de 304. Os cristãos de Siracusa a elegeram Padroeira da cidade e construíram um templo em seu nome.


Por: Lavínia Torres

Fotos: Paróquia de Santa Luzia